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sábado, 3 de maio de 2014

Nikon AF-S NIKKOR 85mm f/1.8G Lens

Depois de um bom tempo pensando, resolvi arriscar-me no mundo das lentes fixas (prime lenses, como são chamadas em inglês) como uma opção de qualidade em detrimento da flexibilidade das lentes zoom. Qualquer pessoa que tenha se interessado por fotografia e lido material online ou em manuais de fotografia deve ter-se debatido com a questão "zoom vs fixas". É recorrente a indicação de obrigatoriedade de se ter uma lente fixa 50mm f/1.8 - leve e clara, de uso geral. Ou, ainda, a indicação de uma lente 35mm f/1.8 para quem usa sensor cropado, que resultaria em uma distância focal aproximada a uma 50mm montada em uma câmera full frame.

Bom, comecei de uma maneira um pouco diferente. Sempre fiquei um pouco receoso em pegar uma 35mm ou 50mm por ter a Tamron 17-50mm f/2.8, apesar do ganho em qualidade de se usar uma lente fixa e da claridade dos f/1.8 vs f/2.8. Cheguei a decidir-me pela 50mm por ser a distância focal que mais uso na Tamron quando estou tirando retratos. Mas, a Nikon nos deixa em dúvida para escolher qual cinquentinha pegar. Para quem tem uma câmera com moto de foco, existem as opções 50mm f/1.8D, 50mm f/1.8G, 50mm f/1.4D e 50mm f/1.4G. Cada uma com suas virtudes e seus deméritos, associados a uma faixa de preços. Para aumentar a dúvida, a Sigma anunciou o lançamento da sua 50mm f/1.4 da série Art, prometendo qualidade óptica comparável à Zeiss 55mm f/1.4 Otus (considerada a lente mais nítida para DSLRs) e com presença de foco automático. Assim, a 85mm f/1.8G aparecia como uma ótima saída: seria uma distância focal complementar à Tamron com uma distância focal que, em APS-C, fica equivalente a 127,5mm, próximo a 135mm que me agrada bastante em retratos que vejo internet afora. E, caso um dia eu migre para FX, seria algo como a 50mm montada em APS-C, que também me agrada bastante. Sem contar que foi considerada uma das lentes mais nítidas da Nikon pelo DxO Mark, o que me deixou bastante entusiasmado com a lente.

Então, em Março, aconteceu de um amigo ir para os EUA com a disponibilidade de passar na B&H e trazer uma lente para mim. Na mesma época, a Nikon estava com uma promoção de lentes em que a 85mm f/1.8G estava com desconto de 100 dólares, enquanto a 50mm f/1.8G estava com desconto de apenas 20. Foi um fator que serviu como um estímulo extra para optar pela lente e, ainda, usar a diferença para comprar uma mochila.

Contada a história, gostaria de compartilhar aqui no blog a breve experiência que tive com esta lente, assim como algumas imagens feitas com ela. Neste momento, não farei um post em forma de review técnico, pois há bastante material online disponível sobre a lente e ótimos reviews no photozone, em DX e em FX, e no DxO Mark, por onde me baseei para confirmar a escolha. Coloco abaixo as especificações da lente para que, eventualmente, possa ser útil a quem venha a ler este post.

Distância Focal: 85mm (equivalente a 127,5mm quando montada em uma câmera DX)
Abertura Máxima: f/1.8
Abertura Mínima: f/16
Baioneta: Nikon F (FX)
Distância Mínima para Foco: 80cm
Ângulo de Visão: 28 (18 em DX)
Lâminas do Diafragma: 7
Construção (grupos/elementos): 9/9
Peso: 350g
Diâmetro da Rosca do Filtro: 67mm

A lente montada na D7000.

Como era esperado, é uma lente com um ângulo de visão bastante fechado em DX, distanciado-a da condição de uma lente para uso geral. Isso é compensado pela qualidade de imagem entregue e a facilidade de se desfocar o fundo, característica bastante almejada quando se faz retratos. Por ser assim fechada, força-nos a ficar relativamente distante do assunto fotografado, reduzindo a interação, mas também deixando a pessoa mais à vontade (pelo menos assim imagino e espero!!). O foco automático tem atendido ao esperado e tem sido mais consistente do que o da Tamron. A precisão do foco é crucial quando se faz retratos com aberturas altas, pois devido à baixa profundidade de campo, a área em foco do quadro é bastante reduzida. Isso pode gerar embaçamento e falta de nitidez quando não se foca no lugar onde se quer. Geralmente, em retratos de pessoas, esse local de foco é o olho mais próximo à câmera.

A construção externa da lente parece muito boa, feita de um plástico bom, que transmite sensação de segurança ao se manusear e mesma. Como pode ser visto na foto, ela possui escala de distância e uma característica que é novidade entre as minhas lentes: o modo M/A, em que se pode usar o foco manual por cima do foco automático, sem ter que mudar a chave da lente e sem risco de danificar o seu motor de foco. As lentes mais modernas com foco automático, pelo menos as mais baratas, não são otimizadas para uso de foco manual. Porém, esta é, de longe a que se mostra melhor neste quesito comparada às minhas outras três lentes. O anel de foco não gira solto, respondendo bem ao comando. Não sou usuário de foco manual, mas já é algo a se considerar caso venha a ser necessário.

Por enquanto, está fazendo um bom acompanhamento para a 17-50, que fica 90% do tempo na câmera e, então a 85mm entra em ação quando quero algo mais específico. Esse algo mais específico até o momento tem sido apenas fotos da pequena :-). A lente está com um filtro UV Hoya HMC, que uso para proteção contra riscos e sujeira. No tratamento das fotos, apenas corração padrão de perfil de lentes do DxO Optics Pro e algum ajuste de exposição, sem correções de balanço de branco ou aplicação de sharpening.

f/2.0, 1/60s, ISO 2500, com flash (pop-up)

f/2.0, 1/60s, ISO 3200, sem flash

f/1.8, 1/125s, ISO 1600, com flash (pop-up)

f/1.8, 1/125s, ISO 1600, com flash (pop-up)

f/2.2, 1/1600s, ISO 200, sem flash

Espero poder postar muito mais (e melhores) retratos com esta lente aqui no blog num futuro próximo. Enquanto isso, deixo aqui um link do Flickr com fotos feitas com esta lente montada nas mais diversas câmeras da Nikon para que possa servir de ajuda para quem estiver em dúvida a seu respeito.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Série Passos na Fotografia - Conceitos Básicos - Exposição

Dando continuidade à Série Passos na Fotografia, que iniciei como uma revisão do processo de aprendizado fotográfico (aqui) e teve o seu último post sobre escolha de equipamentos (aqui), serão abordados neste post alguns conceitos que considero os mais básicos quando se inicia no mundo da fotografia digital. A ideia apresentar um resumo do meu entendimento sobre cada tema e, principalmente, listar algumas fontes de conteúdo que ajudarão a iniciantes que, assim como eu, estejam trilhando um caminho autodidático dentro da fotografia. 

Como já havia dito em postagem anterior, o primeiro passo ao se adquirir uma câmera é ler o seu manual para entender como funcionam e identificar como ajustar configurações básicas, como ajustes de qualidade de imagem, do sistema de medição de luz, sistema de foco e ajustes de exposição. Sabendo-se, porém, do que se trata cada um desses ajustes torna a tarefa mais fácil e, certamente, potencializará o uso das informações do manual e vice-versa.

Exposição


A exposição de uma foto define como ela será capturada pela câmera, quando, geralmente, deseja-se que a mesma saia com a iluminação adequada - nem escura, nem clara demais. É resultado da combinação de três elementos que compõem o chamado triângulo da exposição: abertura do diafragma, velocidade do obturador e ISO. A abertura do diafragma é uma característica da lente, enquanto a velocidade do obturado e ISO da câmera.


Abertura do diafragma: como já exemplificado aqui, a abertura do diafragma  de uma lente é o seu diâmetro efetivo no momento da captura da imagem. Trata-se de um valor relativo à distância focal, geralmente expresso  como f/A, onde A = DF/DD (A = abertura, DF = distância focal, DD = diâmetro do diafragma). Para efeitos de exposição, quanto maior a abertura, mais luz a lente deixa passar para o sensor da câmera e, portanto, mais clara fica a foto. A abertura do diafragma interfere, também, na profundidade de campo da captura. 

Velocidade do obturador: é a velocidade com que a câmera abre e fecha a sua cortina, limitando o tempo em que o sensor fica exposto à luz. A velocidade do obturador é igual a 1/VO, em que VO (velocidade do obturador) é o número que se vê no LCD da câmera. Para efeitos de exposição, quanto maior a velocidade, menos luz entra na câmera e, portanto, mais escura fica a foto. A velocidade do diafragma interfere na captura de movimentos, se este ficará congelado ou borrado na foto. 

Velocidade de ISO: expressa, essencialmente, a sensibilidade do sensor à luz, determinando quanta luminosidade será gravada pelo sensor durante o tempo da exposição. Para efeitos de exposição, quanto maior o ISO, mais luz é captada pelo sensor e, portanto, mais clara fica a foto. Como o aumento de ISO é feita aplicando-se um ganho no ISO base do sensor, geralmente 100 ou 200, o uso de ISO elevado em situações de baixa luminosidade resultam em ruído na imagem capturada. O nível de ruído aceitável dependerá do nível de luz, modelo da câmera e gosto do fotógrafo. Em termos gerais, quanto maior o sensor da câmera, melhor ela se comporta em situações de ISO elevado em baixa luminosidade.

Uma boa maneira que vejo para entender a relação entre os três componentes do triângulo da exposição é fazer fotos mantendo-se dois componentes fixos e mudar apenas uma das variáveis, observando o resultado a cada passo. Por exemplo, com luz ambiente disponível, de preferência durante o dia por estar mais claro, focar em um objeto sobre uma mesa e fazer os testes. É um bom exercício também para visualizar a influencia da abertura na profundidade de campo e, também, testar o comportamento do ruído nas imagens à medida em que se aumenta o ISO. Para testar os efeitos da velocidade seria interessante fazer o teste com objetos móveis, como pássaros ou crianças jogando bola, por exemplo.

Sistema de Medição de Luz


Para melhor realizar exposições em sua câmera, é importante entender como o seu sistema de medição de luz funciona. O fotômetro das câmeras digitais realiza medição da luz refletida pelo assunto e não a luz efetivamente incidente. Isso poderia ser feito com um fotômetro de mão, mas sabendo-se usar o fotômetro da câmera é mais que suficiente.

Falando-se de DSLRs e outras câmeras avançadas, a medição do fotômetro é mostrada em uma escala que vai de subexposto (-), passando pelo zero (0), até o superexposto (+). Geralmente, uma boa exposição é alcançada com a marcação em zero. Inclusive, é comum ler internet afora a expressão "zerar o fotômetro". Porém, pelo fato de se medir a luz refletida em vez da luz incidente, o fotômetro da câmera pode ser induzido a erros a depender da cor do assunto. Geralmente, assuntos predominantemente brancos, como um vestido de noiva, leva o fotômetro zerar em uma exposição subexposta por ser enganado pela alta reflexão do assunto. Enquanto, assuntos predominantemente negros, levam o fotômetro a zerar com uma superexposição. Portanto, é necessário analisar bem a cena para se determinar qual seria o melhor posicionamento do fotômetro, além de conhecer os modos de medição disponíveis em sua câmera. Existe bastante material online a respeito dos modos de exposição, principalmente, para Canon e Nikon. Mas, nada como uma boa lida no manual para conhecer os que estão disponíveis no seu modelo/marca.

Para o assunto abordado, recomendo a leitura dos tutoriais encontrados nos sites Cambridge in Colour e Digital Photography School. Além de serem bastante compreensíveis, nesses sites existem diversos outros temas importantes e interessantes sobre fotografia. Sobre este tema, li também o livro Understanding Exposure de Bryan Peterson, que é bastante esclarecedor e intuitivo para quem está começando.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Saída Fotográfica Em Salvador

No último fim de semana, o pessoal do fórum Mundo Fotográfico organizou uma saída fotográfica em Salvador. O encontro foi marcado no Farol da Barra às 9:00h para nos conhecermos, trocar uma ideia sobre os equipamentos e fotografar. Foi uma ótima experiência e o pessoal pretende reeditar o encontro, incluindo outras pessoas que não puderam comparecer.

Aproveitando a passagem por Salvador, resolvi ir com um amigo mais cedo para registrar o nascer do sol. Chegamos à Barra pouco antes das 5:00h e, quando estávamos montando uma das câmeras no tripé, fomos abordados por um marginal que, para nossa sorte, pediu apenas dinheiro. Levou uma quantia baixa, que não pagaria nem o filtro de uma das lentes. Ficou barato. A dica, portanto, é quando for fotografar em horários escuros ou em locais pouco seguros que seja em grupo. Sozinhos ficamos muito expostos.

Como consequência da abordagem, as fotos do nascer do sol foram feitas com concentração lá embaixo, além de tremidas pelo nervosismo. Colocarei as duas primeiras apenas para dar uma ideia de como é o nascer do sol perto do morro do Cristo e as últimas quatro são resultado da saída fotográfica. As primeiras fotos foram feitas com a Tamron 17-50mm f/2.8 VC e as últimas, com a Tokina 11-16mm f/2.8.

50mm, f/11, 1.3s, ISO 100

50mm, f/16, 5s, ISO 100

11mm (crop), f/8, 1/80s, ISO 100

12mm, f/8, 1/30s, ISO 100

16mm, f/8, 1/40s, ISO 100

12mm, f/8, 1/13s, ISO 100

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ensaio ao Ar Livre

Vou aproveitar mais uma pausa nos tópicos de revisão técnica para postar a minha última jornada fotográfica com a minha modelo preferida. No último fim de semana, resolvemos fazer umas fotos em comemoração ao aniversário de 1 ano que se aproxima. Já queria fazer uma sessão desse tipo há algum tempo e acho que foi uma ótima oportunidade de aprendizado. Há alguns pontos de preparação que são muito importantes e que, por mais que se leia sobre o assunto, apenas tendo a experiência prática que o fotógrafo vai chegando ao que se aplica a sua situação e estilo de fotografar. 

Em primeiro lugar, por falta de conhecimento sobre o horário de funcionamento do parque, acabamos indo cedo, um pouco depois das 15:00h, em vez de ir depois das 16:00h, quando seria possível ter uma luz de sol mais suave, além de fazer menos calor. Isso será o primeiro ponto que tentaremos contornar numa próxima empreitada. Mas, como para quase tudo na vida existe um lado positivo, serviu de experiência para quando realmente não for possível realizar o ensaio mais tarde.

A outra parte difícil é decidir os equipamentos e acessórios para levar. Neste ponto, acabei levando muita coisa, pois não sabia exatamente do que iria precisar. Acabei usando apenas a câmera com uma das lentes. Mas, nem tudo foi por falta de necessidade, mas também por falta de um assistente. Como só estávamos eu e minha esposa, ela ficou ocupada com a criança e não houve possibilidade de me auxiliar. Talvez isso funcione quando a criança já for mais independente.

Então, vou listar um breve resumo do que consegui tirar de experiência do evento:

Horário - Se possível, opte por um horário cedo na manhã ou mais ao fim da tarde, tanto pela luz do sol, quanto por questões de temperatura ambiente (em casos de locais quentes). Em muitas situações, por ser um parque com muitas árvores, havia sombra sobre a criança, enquanto o fundo estava extremamente iluminado. Ou, em outras situações, um feixe de luz entre as folhas das árvores lançava uma luz dura sobre a criança.  

Acessórios - Em um ensaio ao ar livre, não me preocuparia em acessórios de iluminação para flash, como tripé e sombrinha difusora, pois geralmente há luz natural suficiente. Nestes casos um rebatedor funciona melhor. Em todo caso, é essencial ter alguém que fique livre para ajudar com os acessórios. Poderíamos ter utilizado rebatedor em algumas das fotos, mas faltou uma terceira pessoa para nos ajudar.

Lentes - Uma lente zoom normal de boa qualidade dá conta do recado e ainda evita a necessidade de trocas de lentes ao ar livre, o que pode expor o sensor da câmera a poeira. Porém, gostaria de ter utilizado a GA para perspectivas diferentes. Para quem possui duas câmeras, é mais tranquilo para deixar uma lente em uma e outra em outra. Para quem conta apenas com um corpo, a dica é ter paciência e planejar a sessão por ângulo de lentes para minimizar a necessidade de troca em campo.

Assunto - Fotografar crianças é bastante desafiador, mas muito gratificante. No nosso caso, a bebê ainda não caminha, então nos limitou um pouco em termos de liberdade. O objetivo, então, foi tentar pegar os momentos de maior expressão de espontaneidade para conferir graça e alegria às fotos.

Ajustes - Como crianças nessa idade movimentam-se de maneira aleatória e imprevisível, procurei manter uma velocidade alta, sempre acima de 1/125 ou 1/250, para congelar eventuais movimentos. O foco foi deixado em AF-C - com área de 9 pontos, modo de medição de exposição pontual e modo burst para fazer algumas fotos por segundo para aumentar a chance de um bom resultado. Também, para minimizar problemas de profundidade de campo, a abertura ficou sempre acima de f/4 (tentei algumas com f/2.8 para tentar acentuar o bokeh). Isso levou a ter que usar ISO acima da base 100, chegando a 1600 em algumas fotos.

Pós Processamento - É a etapa de acabamento da foto. Não é usar Photoshop para ajustar o que saiu errado, mas fazer a revelação digital. Como as fotos foram tiradas em RAW (dados crus da máquina, sem compactação para jpeg), fiz uso de um programa de conversão. É onde podemos fazer pequenos (ou grandes) ajustes para que a foto fique do jeito que queremos, mas sem modificar os seus elementos. Ainda não tenho um estilo definido para tratamento das fotos, por isso acabei fazendo algumas mais neutras e outras um pouco mais coloridas para testar.

Depois de toda a conversa, mostro abaixo algumas fotos para dar uma ideia de como ficou o resultado.

32mm, f/4, 1/125s, ISO 800

50mm, f/4, 1/125s, ISO 1600

50mm, f/4, 1/250s, ISO 800

50mm, f/4, 1/250s, ISO 800

50mm, f/4, 1/125s, ISO 500

35mm, f/4, 1/320s, ISO 400

44mm, f/4, 1/500s, ISO 400

50mm, f/4, 1/250s, ISO 400

quarta-feira, 12 de março de 2014

Série Passos na Fotografia - Com Câmera e Lentes em Mãos, E Agora?

No post anterior da série, finalizamos as observações com respeito a fase de aquisição inicial de equipamentos. É uma fase que costuma deixar as pessoas mais ansiosas, pois envolve um custo para o qual ainda não temos certeza se será correto, principalmente quando somos apenas amadores. 

Após estar com a câmera que escolheu em mãos, é hora de começar a fotografar, a usufruir do equipamento novo. Porém, as fotos não aparecem do nada no cartão de memória e nem o resultado torna-se melhor apenas pelo fator de estar com um bom equipamento em mãos. É quando se faz necessário conhecer o equipamento que se tem, lendo o manual repetidas vezes até ter consciência de todas as possibilidades de ajustes que lhe são oferecidas. Ler, pelo menos, o quick start do manual é o que recomendo fazer antes mesmo de realizar o primeiro click. Algumas informações básicas que considero fundamentais conhecer antes de sair usando o equipamento:

  • Modos disponíveis 
    • Manual (M);
    • Prioridade de Abertura (A ou Av);
    • Prioridade de Velocidade do Obturador (S ou Tv);
    • Programável (P);
    • Automático (Auto).
  • Limites operacionais (temperatura, altitude, etc.);
  • Configurações disponíveis
    • Qualidade e tamanho JPEG;
    • Ajuste de parâmetros JPEG - nitidez, contraste, saturação, etc.;
    • Captura em RAW;
    • Ajuste de data e hora;
    • Foco automático/manual;
    • Sistema de medição de exposição (pontual, ponderado, matricial)

Exemplo dos dials de controle da Nikon Df. As câmeras podem ter botões de acesso  direto no corpo como acima, como também configurações em menus na tela de LCD.

Com um certo conhecimento do funcionamento da máquina, é só apontar e apertar o dedo, certo? Depende do seu objetivo. Acredito que se o seu objetivo fosse apenas pegar uma câmera e sair fotografando a esmo, não estaria procurando maiores informações a respeito na internet. Assim, com esse objetivo de se tornar um fotógrafo melhor em mente, o caminho natural é fazer um curso de fotografia - que poderia ser feito até mesmo antes de investir em um equipamento fotográfico mais robusto, para efetuar uma compra mais embasada, ou caso não tenha disponibilidade para tanto (e mesmo para os que fazem curso), o passo seguinte é ler bastante. Existem excelente cursos online também, inclusive gratuitos.

Para começar a usar bem o equipamento que tem em mãos, considero fundamental conhecer os conceitos básicos da fotografia, que podem ser encontrados em diversas fontes online e livros de fotografia para iniciantes, geralmente intitulados como manuais de fotografia. Existe uma gama enorme de alternativas e consultar fóruns e ler críticas online podem ajudar bastante na escolha de um livro mais alinhado com as suas intenções. 

Um dos conceitos mais básicos para se começar a ter controle sobre as suas fotos é o triângulo da exposição. A exposição de uma foto, ou a grosso modo a iluminação da mesma, depende da combinação dos três fatores constantes no diagrama. 

Aliado ao estudo da parte técnica da fotografia, pode ser bastante interessante e complementar ao conhecimento adquirido buscar informações sobre grandes nomes da história da fotografia e da pintura. Entender como conceitos do universo da pintura foram adaptados para a fotografia e adaptá-los para o seu uso será, sem dúvida, algo que contribuirá para que passe da foto tecnicamente perfeita àquela que será admirada e contemplada pela sua beleza e esmero.

terça-feira, 4 de março de 2014

Grande Angular - Parte 2

Hoje vou fazer um intervalo na série Passos na Fotografia para complementar uma análise da lente Tokina 11-16mm f/2.8 AT-X 116 Pro DX, cujas primeiras impressões coloquei, em Setembro do ano passado, no post Grande Angular. Acho interessante compartilhar essas informações por se tratar de uma lente sempre citada como uma das melhores GAs para câmeras com sensores APS-C; principalmente em termos de Nikon, que possui a esplêndida 14-24mm f/2.8 para sensores FF, mas não tem uma GA descente para sensor cropado. 

A sequência de fotos tem como objetivo dar uma noção de como a lente se comporta em cada distância focal do seu range e de acordo com a variação da abertura. É possível notar redução das vinhetas, que são bastante fortes quando a lente está totalmente aberta (em f/2.8, o que é normal para uma lente grande angular) e cai consideravelmente à medida que vai-se fechando o diafragma (usei até f/11 no teste, mas a lente pode ser fechada até f/22). 

As fotos foram feitas em jpeg com o ajuste de balanço de branco automático da câmera para simplificar o trabalho e evitar que o software de conversão do RAW viesse a corrigir alguma informação com os seus módulos de combinação lente + câmera. Neste caso, foram aplicados apenas os ajustes da câmera, com o picture control Standard, com um leve aumento na nitidez e contraste. A qualidade do JPEG foi deixada em normal e tamanho médio.

Dado que o pós processamento utilizado foi apenas o da câmera e que o ajuste de WB poderia ser melhorado em um programa de conversão de RAW, a lente não deixa a desejar nos quesitos de cor, nitidez e contraste. A distorção apresentada é bem característica de grandes angulares, com forma de barril e que se intensifica nas bordas, enquanto que aberração cromática não chega a ser um problema. Tudo isso, aliado à sua excelente construção, confirma que a lente é uma séria candidata a melhor GA para sensores APS-C, como já afirmado por muitos sites e avaliadores de lentes. Um ponto que acho interessante ressaltar é que a lente não gira, nem se estende quando realiza foco ou quando mudamos a distancia focal, o que deixa o seu comprimento sem alteração em qualquer situação de uso. As minhas outras duas lentes mudam de comprimento de acordo com a distância focal utilizada, embora não girem o elemento frontal, permitindo o uso de filtros CPL (Polarizador Circular).

O único ponto negativo, pelo menos até estar acostumado, talvez seja o sistema de "one touch focus clutch" utilizado pela Tokina, em que deve-se mover o anel de foco na direção da longitude da lente para mudar entre foco automático e manual e que pode atrapalhar em situações de baixa profundidade de campo, quando se desejar usar o foco manual para afinar o automático. De qualquer maneira, isso não deve atrapalhar muito o uso de uma GA, que costumam facilitar o foco manual. O curte range de distância focal dessa lente, apenas entre 11 e 16mm (equivalente a 16 a 24mm em 35mm), pode também ser um ponto negativo para alguns. Para quem necessita de maior flexibilidade, a Tokina possui uma GA 12-24mm f/4  (recentemente atualizada para 12-28mm f/4) também para sensores APS-C e que é muito elogiada por quem utiliza.

Foto do o esquema utilizado para as fotos (feita com um celular).

Fotos com a lente em 11mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11

Fotos com a lente em 12mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11

Fotos com a lente em 13mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11


Fotos com a lente em 14mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11

Fotos com a lente em 15mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11

Fotos com a lente em 16mm:

f/2.8

f/4

f/5.6

f/8

f/11